25 setembro 2008

Incoerências

Vou filosofar um pouco.

Todos temos uma 'tábua de valores', uma série de crenças, convicções, ensinamentos e regras que compõe nosso caráter. Isso vem sendo moldado desde a mais tenra idade quando, mesmo sem perceber, estamos assimilando os exemplos, comportamentos, as reações de nossos familiares, amigos, vizinhos, ídolos, etc.

Essa 'tábua' é pessoal, apesar de ser comum ver reações iguais em membros da mesma família ou comunidade. E ela também vai se modificando com o tempo, conforme vamos crescendo, amadurecendo e vivenciado experiências. No início, assimilamos sem perceber, com o passar do tempo, passamos a ter um pouco mais de controle sobre essa absorção.

Por isso, nos espantamos com atitudes de outras pessoas, que consideramos contrárias aos nossos princípios. Mas, somos totalmente coerentes com o que acreditamos? Nossas atitudes refletem exatamente o que pensamos?

A gente vê muitas pessoas dizendo que o político tal é ladrão, que desvia dinheiro, que enriquece ilicitamente. Mas, esses mesmos cidadãos não devolvem um troco que recebem a mais ou um dinheiro que acham no chão. Isto é, será que esses críticos teriam comportamento diferente se alcançassem um cargo político? Creio que não...

Eu mesmo, beirando os 45 anos, e cheio de convicções, me pego sendo incoerente de vez em quando. Primeiro, sou uma pessoa defensora das causas ecológicas e do planeta Terra. Tenho diversas atitudes no dia-a-dia favoráveis à natureza. Mas, tenho há quase 3 anos um carro movido a diesel, que é um dos combustíveis que mais poluem o ar. Outra, diversas vezes atendo o celular enquanto dirijo, mesmo sabendo dos riscos (reais e incontestáveis) que existem em pilotar e conversar no aparelho...

Mais uma, são coisas simples, comportamentos cotidianos: perto da escola do Marcelo, tem um trecho, na verdade uma quadra, de mão dupla, muito movimentado apenas em um sentido. Diversos automóveis entram na contramão para 'cortar' os carros da frente da fila e alcançar mais rápido a esquina. Eu achava um absurdo, mas não é que outro dia, açodado, me peguei fazendo a mesma coisa????


O tema é complexo. Pequenas transgressões devem ser toleradas? Ou devemos nos policiar e seguir à risca um código de conduta rígido? Acho que contanto que não haja prejuízo aos outros, há de se tolerar sim. Pensemos...


2 comentários:

  1. I tell you what...
    O fato de ter consciência, já é um aspecto positivo.
    Sou pelo "auto-policiamento" Adriano. Se não fizermos a diferença, quem o fará? É aquela história de jogar as estrelas de volta ao mar.
    Me somo à sua defesa da ecologia (Greenpeace) e meu repúdio à quem maltrata animais...

    Uchida

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  2. Oi Dri, engrosso o coro de que pequenas ações fazem a diferença e precisamos nos policiar mesmo para não cair nestas armadilhas das facilidades e vantagens. Claro que quando temos consciência de nossas ações, o erro nos leva muitas vezes a estas reflexões e aos acertos mais constantemente. Também já me peguei repensando muita coisa e agora que tenho uma filha, passei a me preocupar ainda mais com minhas atitudes. Vale mesmo pensar nisso, sempre!

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