20 maio 2008

Hobbies em extinção

Marcelo acelerou fundo na pista de autorama



O circuito possui longas retas e curvas de alta e baixa velocidade.





A pista de ferreomodelismo é fascinante.

Os barcos moviam-se ao sabor do vento, controlados de fora por seus comandantes.


Quando eu era criança, ainda morando em São Paulo, por volta dos meus 10 anos, adorava autorama. Tinha um daqueles da Estrela em casa, com carros de Émerson Fittipaldi e Alan Jones (se não me falha a memória). Com o tempo, passei a freqüentar as pistas maiores, com carros mais potentes e cuidados dignos de verdadeiros bólidos do automobilismo. Pegava-se um chassi, fixava-se um motor (Mura e Vulcano eram os melhores), soldava-se pequenos fios de contato, colocava-se pneus, escolhia-se uma carroceria, decorava-a com decalques (tinha-se que soltá-los da cartela com água!!!!), etc... Montava-se sua máquina. E o prazer máximo era colocá-lo para dar voltas naqueles circuitos com longas retas, curvas de baixa e de alta e ambiente de competição.

Cresci e nunca mais brinquei de autorama. Fazia tempo já que queria levar o Marcelo para ver uma dessas pistas. Descobri que uma das enormes pistas que eu freqüentava quando criança, a do Parque do Ibirapuera, ainda existia. E acabou sendo uma ótima opção. Lá se concentram 4 hobbies: automodelismo, ferreomodelismo, aeromodelismo e nautimodelismo.

É um lugar meio malcuidado, mas muito bom de se estar. Há uma enorme pista de autorama onde se pode alugar um carrinho e dar umas voltas. O Marcelo e eu adoramos. Hoje em dia, as voltas são cronometradas auomaticamente e exibidas em monitores. Os carrinhos são lindos e muito rápidos. Crianças e adultos se divertem igualmente.

Na área de ferreomodelismo, uma enorme mesa concentra várias linhas de trem com diversos elementos miniaturizados, túneis, pontes, luzes, cancelas, tratores, etc... É meio hipnotizante ficar seguindo um trenzinho com vários vagões, percorrendo um roteiro sempre igual, mas sem ficar monótono.

Na hora que estávamos lá, alguns adultos estavam colocando seus aviões para voar, mas o mais bacana foram os barcos. Estava tendo a largada para uma regata de veleiros. Os 'pilotos' ficam com seus controles remotos controlando o leme e as velas de longe, disputando uma corrida nos mesmos moldes de uma de verdade.

Será que as crianças de hoje sentem vontade de brincar com essas miniaturas? Fiquei na dúvida. A grande maior parte das pessoas que estava nesse local era de adultos. Alguns com seus filhos, mas os grandes interessados eram os mais velhos. Num tempo em que os jogos de videogame estão cada vez mais realistas, acho que esses hobbies tendem a ficar reduzidos a pequenos guetos resistentes. É muito mais prático para as crianças pegar os joysticks, selecionar o carro que quer, a cor, o circuito, as condições climáticas, etc... e sair correndo. Mas, perde-se essa coisa meio romântica de cuidar você mesmo do seu brinquedo, curti-lo, procurando deixá-lo mais bonito ou mais potente. Essa coisa manual, de habilidade, concentração, dedicação....

2 comentários:

  1. Prezado Mussolin.

    Eis aí um brinquedo que gostaria de ter possuído ou, ao menos, nele ter me divertido.

    Então, como ainda sou criança.......

    Nunes

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  2. Nossa, nemo sabia que no Parque do Ibirapuera tinha isso! Quantas atividades legais para levar a Luiza, ela vai adorar! É claro que os meninos são mais ligados a motor, velocidades, mas pelo que conheço da minha baixinha, acho que irá curtir também! Que legal o programa, quero fazer um dia...
    Abraços!

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